DEUS EXISTE!

"Deus existe, não podeis duvidar disso, é o essencial. Crede em mim, não deveis ir além, não vos percais num labirinto de onde não podereis sair, isso não vos tornaria melhores, mas talvez um pouco mais orgulhoso, porque acreditaríeis saber e na realidade não sabereis nada. Deixai de lado todos esses sistemas; tendes muitas coisas que vos tocam mais diretamente, a começar por vós mesmos. Estudai vossas próprias imperfeições a fim de vos desembaraçar delas, isso vos será mais útil do que querer penetrar no que é impenetrável."

O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Parte da resposta à pergunda 14.

domingo, 2 de agosto de 2009

[ÁUDIO LIVRO] AOS QUE FICAM


AOS QUE FICAM

Gino Delle Donne


Introdução

E eles estavam lá, tentando ajudar. Agosto de 1940.
Na terra estávamos vivendo o drama da 2º Guerra Mundial.
Na condição de médico, diretor de um hospital considerado modelo para os padrões da época, era inevitável que eu fosse recrutado para a guerra..
Fui convocado pelo exército alemão.
Embora alemão, eu tinha amigos judeus. Muitos judeus, também médicos, trabalhavam comigo no hospital e frequentavam minha casa.
Embora pertencesse a uma tradicional família alemã, nunca fui partidário da ideia de uma raça ariana pura. Éramos todos filhos de Deus e isso bastava.
O obsessivo programa nazista para purificar a raça alemã, era para mim uma ideia absurda, um surto de paranóia que havia tomado conta dos alemães.
Fui destacado para um posto de atendimento, um posto de campanha.
Minha situação não era nada confortável. Apesar de ter um posto itinerante, ainda assim, presenciei os horrores dos campos de concentração.
Com meu jeito pacato e com muita habilidade, consegui me manter afastado das experiências que os médicos alemães faziam com os judeus.
Testes para verificar a capacidade do ser humano em suportar a dor.
Alegando ser especialista em pediatria (na realidade eu era clínico geral) me mantive bem longe de meus colegas "cientistas" e " pesquisadores".
Era uma função de menor destaque pois eu trabalhava nos acampamentos militares e me deslocava junto com as tropas militares. Pelo menos não tinha muito contato com aquele horror todo.
Quando estávamos estacionados próximos a regiões onde havia campos de concentração, alegando ter que visitar meus colegas, eu penetrava às escondidas em determinadas áreas e procurava minorar o sofrimento daquele povo aturdido, maltratado e faminto. Eu podia fazer pouco por eles pois estavam tão debilitados que mais pareciam pessoas mortas. Eu retirava larvas de seus corpos, afastava insetos... Era tão pouco. Mas o pouco que eu fazia seria o suficiente para me executarem sumariamente por "alta traição" ao Reich e ao Führer.
Os líderes nazistas, enlouquecidos, haviam decidido o destino dos judeus da Alemanha e de todos os territórios ocupados durante uma reunião em Berlim.
O programa se chamava "Solução Final", o que queria dizer extermínio e genocídio dos judeus. Apesar da precariedade de recursos, eu tentava evitar que um surto de tifo se alastrasse no campo de concentração onde me encontrava.
Eu me sentia infeliz e impotente pois enquanto eu tentava salvar aquelas criaturas tão sofridas, os soldados as enviavam às câmaras de gás. E os céus ficavam cinzentos e tristes com a fumaça que saia dos crematórios e aquelas cinzas dos corpos incinerados eram vendidas como fertilizante.
Eu orava, pedia clemência aos Céus. Não fazia sentido tanto horror !
Quatro longos anos se passaram.
Os aliados já tinham desembarcado na França através da Normandia e iniciavam a invasão da Europa...
As Forças Aéreas norte americana e britânica tinham superado a Luftwaffe (Força Aérea Alemã) e os aliados bombardeavam a Alemanha. Os destinos da guerra começavam a mudar.

Agosto de 1944.

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